Caminho
de João Ernesto Pereira
Arruamento pertencente
à freguesia de Câmara de Lobos. Estende-se entre o cruzamento
da rua dos Lamaceiros com a rua padre Manuel Juvenal Pita Ferreira, no
lugar conhecido por levada nova, e a velha ponte dos Socorridos. Popularmente
conhecido por caminho das Voltas, passou, por deliberação
camarária de 18 de Maio de 1995, a denominar-se de caminho de
João
Ernesto Pereira.
Constitui este arruamento,
um segmento da mais antiga via de comunicação entre Câmara
de Lobos e o Funchal. Antes da sua actual denominação de
caminho João Ernesto Pereira, era conhecido por caminho das Voltas,
traduzindo a implantação tortuosa ao longo da encosta camaralobense,
na sua descida até ao leito da ribeira dos Socorridos, onde desemboca
na sua velha ponte.
As principais referências
A importância deste
arruamento deve-se sobretudo ao facto de ter sido um dos troços
da mais antiga via de comunicação entre o Funchal e Câmara
de Lobos. Na realidade, antes da construção da chamada estrada
monumental e da ponte sobre a foz da ribeira dos Socorridos, a ligação
entre o Funchal e Câmara de Lobos fazia-se através da estrada
real 25 que partindo do Funchal atingia São Vicente, num percurso
que envolvia a passagem pelas Quebradas de São Martinho, pela primitiva
ponte dos Socorridos, pelo caminho das Voltas, pela hoje rua dos Lamaceiros,
donde partia um ramal para a vila de Câmara de Lobos, pela ponte
dos Frades, pelo caminho de São João, pelo Estreito de Câmara
de Lobos, pelo Jardim da Serra e Encumeada.
Junto ao caminho das Voltas,
hoje denominado de João Ernesto Pereira, mais precisamente num lugar
outrora conhecido por sítio da Lapa, viveu não só
João Ernesto Pereira, como os ascendentes de sua esposa, dois dos
quais ocuparam, tal como ele, lugares importantes na vida politico-administrativa
do concelho de Câmara de Lobos.
Uma casa de presidentes
Com efeito, a casa situada
no sítio da Lapa, onde durante vários anos viveu João
Ernesto Pereira terá pertencido a João Gomes Serrão
e a sua mulher Antónia Maria Pinto, ambos naturais de Câmara
de Lobos. Por sua morte, terá sucedido na sua propriedade, sua filha
Francisca Júlia Pinto, casada com o capitão Manuel Joaquim
Lopes, natural de Santo António. Com o falecimento do capitão
Manuel Joaquim Lopes, ocorrido por volta de 1835, passa a propriedade para
seu filho também chamado de Manuel Joaquim Lopes, casado a 27 de
Junho de 1835, na capela da Boa Hora, com Rosa Augusta da Silva, natural
da freguesia do Estreito e que para além de ter sido o primeiro
administrador do concelho de Câmara de Lobos (1835-1839), também
foi, por volta de 1847, presidente da Câmara. Por sua morte, verificada
entre 1847 e 1852, passa a propriedade para a posse de seu filho Manuel
Joaquim Lopes (1838-1921), casado na igreja de São Sebastião,
em Câmara de Lobos, a 17 de Junho de 1877, com Maria Matilde da Silva
Lopes e que, tal como seu pai, viria a ocupar, em 1918, a presidência
da Câmara Municipal de Câmara de Lobos. Por sua morte passa
a propriedade para a posse de sua filha Maria Matilde Lopes, casada com
João Ernesto Pereira e deste para sua filha Maria Ester Pereira
Fernandes.
A homenagem a João
Ernesto Pereira
A ligação
de João Ernesto Pereira com esta casa terá condicionado a
escolha do arruamento que margina, para ostentar o seu nome, numa homenagem
prestada pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos, como reconhecimento
do seu papel em prol do desenvolvimento do concelho, durante o longo período
em que esteve ligado às lides autárquicas, quer como administrador,
quer como presidente da Câmara. Com efeito, a Câmara Municipal
de Câmara de Lobos, na sua reunião de 18 de Maio de 1995,
delibera atribuir o seu nome ao caminho que a margina e popularmente conhecido
por caminho das Voltas.
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