Capela
de Nossa Senhora das Dores

Situada no
interior do cemitério da freguesia de Câmara de Lobos. A sua
construção foi arrematada no dia 18 de Dezembro de 1872 ao
pedreiro João Rodrigues, morador ao sítio das Fontes, freguesia de
Santo António, pelo valor de 1.083$000 reis, mas só em 1877 é que
viria a ficar concluída.
A
15 de Fevereiro de 1877 é dada licença da proceder à sua bênção,
sendo a respectiva
provisão do seguinte teor:
O
Presbítero João Frederico Nunes, cavaleiro da Ordem Militar de
Nosso Senhor Jesus Cristo, Cónego prebendado da Sé Catedral,
Governador do Bispado do Funchal, Ilha da Madeira, Porto Santo e
Arguim, pelo Ex.mo Rev.mo Sr. Dom Manuel Agostinho Barreto, por mercê
de Deus e da Santa Sé Apostólica Bispo Diocesano do Concelho de
Sua Majestade Fidelíssima.
Aos
que a presente minha provisão virem, saúde e paz em o Senhor.
Faço
saber que tendo a Câmara Municipal do Concelho e Vila de
Câmara de
Lobos, mandado construir uma capela, no cemitério público da dita
vila com a invocação de Nossa Senhora das Dores e tendo-me
comunicado que ela se achava completamente acabada, ornada e
paramentada, pedindo-me em conclusão fosse servido mandá-la
benzer, como consta do seu ofício em data de 12 de Janeiro do
corrente ano, autuando na Câmara Eclesiástica e constando-me da
vistoria a que mandei proceder pelo muito Rev.do pároco respectivo,
que a sobredita capela se acha nas condições prescritas pelos
sagrados ritos; — tendo por conveniente permitir que observando o
cerimonial do Santíssimo Padre em Cristo, Paulo V, o Ilustríssimo
Rev.mo Cónego Alfredo César de Oliveira, Vigário Geral do
Bispado, proceda à benção da supra mencionada capela, em que nela
desde então celebrar o santo sacrifício da Missa e exercer as funções
próprias do Ministério
paroquial, tendo por supridas, por esta Provisão, todas e quaisquer
faltas de rito eclesiásticas que devessem ter precedido a construção
da mesma capela, que ficará sujeita à jurisdição ordinária, na
forma costumada. Em fé do que mandei passar a presente que se
registará na Câmara Eclesiástica com o respectivo auto da benção,
e no tombo da Câmara Municipal. Dada no Funchal, sob meu sinal
somente aos 15 de Fevereiro de 1877 e Eu o Padre Manuel de Mendonça
Gomes, escrivão da Câmara Eclesiástica o escrevi. O Governador do
Bispado, Cónego João Frederico Nunes".
No
dia 18 de Fevereiro de 1877 tem lugar a benção da capela constando
do auto de benção o seguinte texto: "Ano
do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e
setenta e sete, aos dezoito dias do mês de Fevereiro do dito ano,
no cemitério público da vila de Câmara de Lobos, pelas onze horas
da manhã o ilustríssimo Rev.mo Cónego Alfredo César de Oliveira,
Vigário Geral do Bispado, na presença do muito Rev.do pároco,
autoridades administrativas e judiciais do dito Concelho de Câmara
de Lobos e de grande concurso de povo, por virtude da provisão
retro, procedeu à benção da nova capela de Nossa Senhora das
Dores, erecta no dito cemitério, segundo o cerimonial prescrito, a
qual se achava
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Imagem de
Nossa Senhora das Dores |
completamente acabada, decentemente ornada e provida
dos paramentos necessários para a celebração do Santo Sacrifício
da Missa. Para constar, eu o Padre Manuel de Mendonça
Gomes, Escrivão
da Câmara Eclesiástica, fiz este auto que assino com o Rev.mo Sr.
Cónego Vigário Geral; o vigário António Silvino Gonçalves de
Andrade; o cura João Augusto dos Passos Sousa; Luís Soares de
Sousa Henriques, administrador; José Figueira da Silva, presidente
da Câmara; Clemente de Sousa Aguiar juiz ordinário; António
Joaquim de Faria, presidente da Câmara transacta; Francisco Eduardo
Henriques, vereador da Câmara transacta; João Joaquim Gonçalves
Henriques, vereador actual; João da Silva Pestana de
Barros Júnior,
juiz da Paz; Augusto César de Faria, professor da escola do
Estreito; Manuel Joaquim Lopes, vereador da Câmara transacta;
Manuel Joaquim da Costa, escrivão da Câmara; Augusto Constantino
Henriques, amanuense da Câmara; Francisco António Belo de
Carvalho, professor vitalício da escola de instrução primária,
na freguesia de Câmara de Lobos"
[1].
No
seu retábulo existe uma pintura a óleo representando Nossa Senhora
das Dores, da autoria do pintor madeirense Cândido da Silva [2].
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