Carvalho,
padre João
Joaquim de Carvalho
O
Padre João Joaquim de Carvalho era natural da freguesia da Sé onde
nasceu a 14 de Abril de 1865, tendo falecido no Funchal a 15 de
Dezembro de 1942. Era filho de Manuel José de Carvalho e de Maria
Antónia Leça de Carvalho.
Tendo
seguido a carreira eclesiástica, ordenou-se
Minorista a 19 de Junho de 1886, Subdiácono a 17 de Março de 1888,
Diácono a 22 de Dezembro de 1888 e Presbítero a 13 de Julho de
1889.
Da
sua actividade como padre haverá a destacar as nomeações para
capelão da Sé entre 1 de Janeiro de 1889 e 8 de Junho de 1890,
voltando a exercer esse mesmo cargo entre 1 de Outubro de 1890 e 15
de Maio de 1895. Entre 9 de Junho de 1890 e 30 de Setembro de 1890,
foi pároco da paróquia de São Roque, no Funchal. No dia 16 de
Maio de 1895 é nomeado mestre de cerimónias da Sé catedral, cargo
que exerce até à sua nomeação, a 1 de Março de 1896, para Cura
da paróquia de Câmara de Lobos, e onde permanece em tais funções
durante dois anos, sendo nomeado a 15 de Abril de 1898 vice-vigário
na mesma paróquia. No dia 4 de Julho de 1900
é nomeado vice-vigário da Ponta de Sol e no ano seguinte,
no dia 10 de Janeiro de 1901, volta novamente a Câmara de Lobos,
mas já como vigário, onde havia sido colocado por Decreto de 22 de
Novembro de 1900, tendo sido colado e tomado posse a 28 de Fevereiro
de 1901.
A
28 de Outubro de 1918 é nomeado Arcipreste do Distrito Eclesiástico
do Funchal; a 24 de Dezembro de 1920 é nomeado juiz pro-synodal
e a 24 de Outubro de 1936 é nomeado Cónego da Sé Catedral.
Para
além da sua actividade como pároco, o padre João Joaquim de
Carvalho encontra-se ligado a um importante movimento de apoio
social e educativo, preocupando-se imenso com a miséria tanto económica
como social que grassava, no seu tempo, em Câmara de Lobos,
principalmente no seio da classe piscatória. Dele foi a iniciativa
da criação do colégio da Preservação, destinado a receber
durante o dia as filhas dos pescadores, dando-lhes uma sopa e
ministrando-lhes ensinamentos, ao mesmo tempo que as protegia da
mendicidade e prostituição. Em finais dos anos 20 princípios dos
anos 30 assume a iniciativa de criar uma escola no ilhéu. De acordo
com o Diário da Madeira de 7 de Setembro de 1930, pensava-se criar
uma escola no ilhéu sobre um terreno oferecido por Francisco
Firmino Henriques e que serviria para a educação religiosa da
classe piscatória de ambos os sexos. De acordo com o Jornal, de 2
de Agosto de 1930, promovida pelo padre João Joaquim de Carvalho
realizar-se-ia, por essa altura, na paróquia de Câmara de Lobos
uma festa da flor com a finalidade de angariar donativos para a
construção de uma escola no ilhéu, que no entanto, supomos nunca
ter sido construída.
Na
epidemia de cólera de 1910, teve também o padre João Joaquim de
Carvalho, um grande papel, colaborando com as autoridades, no
sentido de fazer compreender à população a necessidade do
cumprimento das medidas impostas e necessárias ao seu combate.
Para
além da sua acção eclesiástica e social, o padre João Joaquim
de Carvalho foi também presidente da Câmara Municipal de Câmara
de Lobos, tendo estado á frente dos destinos da autarquia entre 2
de Janeiro de 1905 a 9 de Dezembro de 1908.
De
todos os padres que, no decurso deste século, passaram por Câmara
de Lobos, o padre João Joaquim de Carvalho terá sido a figura mais
importante e aquela que a nível social mais se terá preocupado com
as carências da população, em particular da classe piscatória.
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