Andrade,
Pe. António Silvino
Gonçalves de
Era
natural da freguesia do Campanário, onde nasceu a 12 de Setembro de
1822, tendo falecido em Câmara de Lobos a 4 de Março de 1902, ao sítio
do Caminho Grande e Preces, onde na altura residia.
Era
filho do tenente Francisco Joaquim Gonçalves de Andrade, natural do
Campanário e de Caetana
Maria Gonçalves Macedo, natural da freguesia do Estreito de Câmara
de Lobos. Era neto
paterno do alferes Sebastião Gonçalves de Andrade e de Ana
Joaquina Rosa, moradores ao sítio do Massapez, no Campanário e
neto materno de João de Abreu Macedo, natural do Estreito e de
Maria Candelária de Freitas, natural de Câmara de Lobos.
Tendo seguido a vida religiosa, a exemplo de
outros seus familiares, é feito presbítero a 29 de Maio de 1847,
pregador a 14 de Agosto e confessor a 18 de Agosto do mesmo ano.
Dos seus cargos eclesiásticos destaca-se o
facto de ter sido nomeado, a 25 de Outubro de 1845, adido da Sé
Catedral; cura de Câmara de Lobos a 30 de Agosto de 1847; cura de
Santa Maria Maior a 28 de Junho de 1848; vigário de Santa Maria
Maior (ou da Quinta Grande) a 30 de Setembro de 1949; pároco
encomendado da Quinta Grande a 4 de Janeiro de 1851; cura do Campanário
a 25 de Setembro de 1855; vice-vigário de Câmara de Lobos a 26 de
Setembro de 1856; vigário de Câmara de Lobos a 26 de Setembro de
1857 e por carta régia de 13 de Novembro de 1858 é elevado à
dignidade de pároco efectivo ou colado de Câmara de Lobos, cargo
que toma posse a 10 de Janeiro de 1859.
A 19 de Maio de 1860, por provisão episcopal, é nomeado examinador
protynodal . Em 1896, de acordo com o Diário de Notícias de 24
de Abril, era o padre mais antigo da Diocese e havia pedido a sua
aposentação das responsabilidades eclesiásticas, o que só vem a
acontecer dois anos mais tarde, por decreto de 30 de Março de 1898.
Em Agosto de 1898, já na situação de
aposentado vivia na freguesia da Quinta Grande, onde possuía uma
propriedade em cuja casa, no ano de 1883, havia mandado construir
uma capela com a invocação de Santo António, ao qual se mostrou
particularmente devotado em toda a sua vida. No exercício da sua
actividade clériga ter-se-á revelado um exímio pregador ao ponto
de alguém na época dizer, referindo-se a ele, que
era o único orador evangélico que conhecia em toda a diocese.
Para além da vida religiosa, o padre António
Silvino Gonçalves de Andrade terá exercido funções de professor
primário, nomeadamente a quando da sua passagem pela freguesia do
Campanário e chegou a estar à frente da presidência da Câmara
Municipal de Câmara de Lobos, ainda que só por algumas semanas.
Com efeito a 18 de Novembro de 1897 o padre
António Silvino Gonçalves de Andrade é nomeado para presidir a
uma Comissão Administrativa para substituir a destituída por alvará
de 12 de Novembro e com o objectivo de assegurar os negócios camarários
até que novas eleições tivessem lugar. A 15 de Dezembro de 1897,
é empossado nas funções de presidente, cargo em que permanece até
à tomada de posse do novo presidente eleito, verificada a 24 de
Janeiro de 1898.
Eram irmãos do padre António Silvino Gonçalves
de Andrade, o Dr. João
Jacinto Gonçalves de Andrade, também clérigo, nascido a 10 de
Fevereiro de 1825 e falecido a 18 de Janeiro de 1898, em São Paulo,
onde se havia fixado em 1891 e onde se formou, doutorou e foi
docente na faculdade de Direito, desempenhando simultaneamente funções
eclesiásticas.
O
Dr.
Francisco Justino Gonçalves de Andrade,
nascido no Campanário a 18 de Fevereiro de 1921 e falecido em São
Paulo a 25 de Julho de 1902 e que a Enciclopédia Portuguesa e
Brasileira o dá erradamente como tendo nascido nos Açores, era
outro dos irmãos do Padre António Silvino Gonçalves de Andrade.
Emigrou para o Brasil para a companhia de seu tio Manuel Joaquim Gonçalves de Andrade, bispo e vice-governador de São
Paulo, cidade onde cursou Direito e onde foi docente, tendo chegado a ser
Director da respectiva Faculdade.
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