Atanásio, João
Nunes
João Nunes Atanásio é natural da
freguesia de Câmara de Lobos onde nasceu no dia 15 de Maio de 1947.
Ainda que proveniente de uma
família sem recursos e sem traições musicais, a sua iniciação musical
tem lugar por volta dos 7 anos de idade, altura em que, João
Hermógenes de Barros o recruta para o coro que dirigia.
Aos 11 anos, novamente pela não de
Hermógenes de Barros, seu mestre, padrinho e mecenas, ingressa na
então Academia de Música e Belas Artes da Madeira, onde se matricula
no curso de piano. Três anos depois, passa a ser bolseiro da Fundação
Calouste Gulbenkian, situação que, em virtude das capacidades que foi
demonstrando, manteve durante 13 anos consecutivos e que lhe
permitiu prosseguir a sua formação musical.
Em 1973 conclui o Curso Superior de
Piano do Conservatório Nacional, com distinção, após o que, como
bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian frequenta, durante três
anos, no seu Conservatório de música, em Aveiro, um curso de
Aperfeiçoamento. No segundo ano é convidado a leccionar, nessa mesma
instituição, a disciplina de piano e no terceiro ano, acumulada com o
ensino de piano, a disciplina de formação musical, composição e a
direcção do Grupo Coral do Conservatório. Durante esse período
frequenta, no Porto, vários cursos de pedagogia musical, ministrados
por figuras como o belga Jos Witach e o holandês Pierra Vau Hauve e
participa ainda em dois cursos de criatividade musical realizados na
cidade de Delfi na Holanda, o que lhe valeria o convite para, em
1988/ 89, aí se deslocar já na qualidade de monitor.
Em 1973 participa, no Estoril, num
curso internacional, ficando entre os dez a quem, num total de 150
participantes, foram atribuídos diplomas de aproveitamento.
Ao se constituir o Conservatório de
Música da Madeira foi convidado pelo seu Corpo Directivo para
ministrar as disciplinas de piano e composição, convite que aceitou e
onde hoje continua. Para além da sua actividade docente, João Atanásio
tem na interpretação, composição musical e dinamização de grupos onde
a música constitua um elemento imprescindível, uma outra
faceta de inegável valor. Assim, durante a sua estadia em Aveiro deu
em várias zonas do país, incluindo o Funchal, vários consertos de
piano quer como solista quer como acompanhador. Já na Madeira, a par
da sua actividade docente no Conservatório, inicia em 1977 o ensino
da música numa instituição de deficientes e formou, em 1987, uma
orquestra de deficientes, envolvendo os seus quatro tipos
(intelectual, visual, auditivo e motor) e que representaria Portugal
em três certames internacionais realizados em 1987 em Lisboa, em 1989
na Dinamarca e em 1991 na Holanda.
Em 1987 assume a direcção artística
do Grupo Coral da Casa do Povo de Câmara de Lobos, entidade da qual
se haveria de desligar no ano seguinte.
Em 1988, 1989 e, 1990 participa
activamente tanto na coreografia conto nas composições musicais das
marchas dos santos populares organizadas, em Câmara de Lobos, pela sua
respectiva Casa do Povo. Em 1989, com base nos elementos do extinto
Grupo Coral da Casa do Povo do Câmara de Lobos e a que se juntaram
outros jovens, funda a Turma do Funil, troupe de carnaval, cujo valor
tem sido alvo de comentários elogiosos por parte da imprensa regional
e tem vindo a animar o desfile carnavalesco anualmente organizado, no
Funchal, pela Secretaria Regional do Turismo Cultura e Emigração.
Também, por sua iniciativa, este
grupo tem vindo, desde 1989 a participar no desfile da Festa da Flor,
que todos os anos se realiza na capital madeirense.
Em 1989, já desligado do Grupo
Coral da Casa do Povo de Câmara de Lobos, funda o Coro de Câmara de
Câmara de Lobos.
De toda a sua actividade, a
composição é sem dúvida aquela que mais o tem projectado a nível
Regional e Nacional, nomeadamente através da sua participação nos
festivais infantis ou juvenis. Dos nove festivais da canção infantil
realizados na Madeira em que participou, as suas composições
alcançaram em cinco deles o primeiro lugar, o que lhe deu
possibilidades de, nessas ocasiões, representar a Região em certames
Nacionais.
Em 1990 com a canção “O Macaco de
Imitação» ganha o festival da Figueira da Foz e em anos anteriores
outras duas composições suas, “O Palhaço” e a “Flor Borboleta” são
consideradas as melhores músicas, neste mesmo festival.
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