CÂMARA DE LOBOS - DICIONÁRIO COROGRÁFICO

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Página oficial do Governo Regional com cerimónia de apresentação do projecto de recuperação do bairro da palmeira

 

Video com o discurso do Dr. Alberto João Jardim proferido no momento da apresentação do projecto de recuperação do bairro

 

 

Bairro da Palmeira

 

Também conhecido por bairro da Torre, é um bairro de construção económica, construído no lugar da Palmeira,  sítio da Torre, na freguesia de Câmara de Lobos e destinado a famílias de bai­xos recursos financeiros, a maioria das quais ligadas à ac­tividade piscatória e habitando o ilhéu.

Tendo sido inaugurado, no dia 25 de Julho de 1982, enquanto decorria a chamada guerra das Malvinas, que opunha a Inglaterra à Argentina pela posse destas ilhas, cedo foi este bairro denominado de Malvinas, isto em oposição a um outro situado próximo, no sítio do Espírito Santo e Calçada também pouco tempo depois inau­gurado e apelidado de Argentina. Aliás esta tendência para associar os complexos habitacionais a acontecimentos políticos não ficaria por aqui.

Em 1996, a quando da inauguração do complexo habitacional do Serrado do Mar, não faltou quem se apressasse a denominá-lo de Croácia, isto naturalmente na sequência da proximidade no tempo e da intensidade com que os acontecimentos bélicos naquele país se haviam feito sentir através dos órgãos de informação.

Apesar de muito usado, o epíteto de Malvinas encontra-se associado a uma conotação depreciativa dos seus habitantes, facto que os leva, a não só a omitirem tal denominação como até a de bairro da Palmeira preferindo usar a de bairro da Torre, ou simplesmente de Torre, sempre que têm de tornar pública a sua morada.

Depois de 1945, ano da inauguração do bairro piscatório do Ilhéu, este foi o primeiro bairro construído em Câmara de Lobos, demorando a sua construção cerca de 2 anos [1].

Ocupando uma área de 23.341 m2 e dotado na altura da sua inauguração com 240 fogos, 12 de tipo T3 e 120 de tipo T4, a sua construção importaria em 620 mil contos e viria a contemplar cerca de 1500 pessoas, a maioria das quais provenientes do bairro do Ilhéu.

Com efeito, 214 das 433 famílias que viviam no ilhéu em 102 parcelas transitariam para este novo bairro, onde estavam reservados 32 fogos para alojar transitoriamente as famílias residentes no Ilhéu e que ocupavam edificações que seriam alvo de recuperação, por estarem integradas no plano de reconversão urbana do Ilhéu.

Posteriormente, viriam a ser ainda inaugurados, neste bairro: a 27 de Junho de 1983 mais 14 fogos; a 20 de Setembro de 1984, um campo de jogos polivalente e um parque infantil; a 8 de Maio de 1985, um Centro de Actividades de Tempos Livres; a 8 de Junho de 1993 a sua ampliação em mais 19 fogos e a 7 de Outubro de 1996 o Centro Social do Bairro da Palmeira e que funciona sob a responsabilidade do Centro Social e Paroquial de Santa Cecília.

 

No dia 15 de Setembro de 2011, teve lugar a apresentação pública da 2ª fase de recuperação urbanística deste bairro. Seria última fase da intervenção que, desde 2004, vinha permitindo introduzir melhorias significativas neste conjunto habitacional, com a construção e a recuperação integral de 98 novos fogos, a abertura do atravessamento viário do Bairro e a reabilitação do campo desportivo. Nesta última fase da intervenção de recuperação urbanística, estava prevista uma profunda intervenção em 31 dos Blocos habitacionais, em diversos aspectos fundamentais:

- Substituição das actuais coberturas por telha.

- Remodelação das fachadas, incluindo pintura, substituição de vãos e criação de estendais.

- Recuperação de zonas de circulação internas dos edifícios.

 

Também ao nível das áreas exteriores e de lazer estão previstas alterações profundas:

- Criação de um novo arruamento interno de ligação.

- Recuperação e melhoria das condições de acessibilidade a peões e zonas de estadia comuns.

- Criação de uma área de 4000 m2 destinada a hortas urbanas.

- Construção de espaços para instalação de microempresas.

- Pintura geral do Centro Social e Paroquial de Santa Cecília.

- Ordenamento e ampliação dos espaços de estacionamento.

A empreitada, cujo concurso público foi lançado no próprio dia da apresentação pública teria o prazo de execução total de três anos e meio. Com este novo projecto de integração social, o Governo Regional pretendia continuar a apostar na melhoria da qualidade de vida de todos os moradores no Bairro da Palmeira, núcleo habitacional onde residem hoje cerca de 373 famílias.


[1]   Na sessão camarária de 25 de Outubro de 1979, foi presente um ofício do Gabinete da Presidência do Governo Regional informando que havia sido declarado de utilidade pública com atribuição de carácter de urgência das expropriações dos imóveis indispensáveis à implantação da obra de construção de 240 fogos, localizados no sítio da Torre, freguesia de Câmara de Lobos.

 

 

Câmara de Lobos

Dicionário Corográfico
Edição electrónica

Manuel Pedro Freitas

Câmara de Lobos, sua gente, história e cultura