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Brito Capelo
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Brito Capelo, Hermenegildo
Carlos de
Brito Capelo, de seu nome completo Hermenegildo
Carlos de Brito Capelo, era natural de Palmela, onde nasceu no ano
de 1841 tendo falecido em Lisboa a 4 de Maio de 1917. Era filho do major
Félix António Gomes Capelo e de Guilhermina Amália
de Brito Capelo.
Assentou praça
na marinha em 1855 terminando o curso 4 anos depois. Em 1960 embarcou como
Guarda-marinha para Angola a bordo da Bartolomeu Dias comandada pelo Príncipe
D. Luís, mais tarde rei, permanecendo durante três anos na
estação naval de África Ocidental. Em 1963 regressa
a Lisboa e no ano seguinte é promovido a 2º tenente. Nesse
ano voltou a África donde regressa em 1866 para voltar logo de seguida
a Angola, onde permanece até 1869, altura em que segue para Moçambique
numa corveta transportando mantimentos para as forças de Serpa Pinto
que combatiam Bonga, regressando a Lisboa em 1870 para logo partir
em Direcção a Cabo Verde.
Em 1871 é integrado
numa expedição enviada à Guiné onde toma parte
no ataque a Cagonda, tendo sido louvado pelo valor e disciplina demonstrado.
Em 1872 vai para a China donde regressa a Lisboa em 1876.
A quando da sua permanência
Angola fez o reconhecimento científico daquela área, facto
que o fez ser escolhido, por Decreto de 11 de Maio de 1877, para dirigir
uma expedição científica à África Central
e da qual também faziam parte Serpa Pinto e Roberto Ivens.
A 7 de Julho de 1877 Brito
Capelo e Serpa Pinto iniciam a expedição. Feito o trajecto
Benguela-Bié, conflitos entre Serpa Pinto e Brito Capelo levam a
expedição a dividir-se, com Serpa Pinto a tentar uma viagem
à contra-costa e Brito Capelo e Roberto Ivens concentrando as atenção
na missão para que haviam sido nomeados, ou seja nas relações
entre as bacias hidrográficas do Zaire e do Zambeze.
A 1 de Março de
1880 Lisboa recebe triunfalmente Brito Capelo e Roberto Ivens, tendo o
êxito da expedição ficado perpetuado no livro De Benguela
às Terras de Iaca
Dada a necessidade de
ser criado um atlas geral das colónias portuguesas, Pinheiro Chagas,
ao tempo Ministro da Marinha e do Ultramar, criou por Decreto de 19 de
Abril de 1883 a Comissão de Cartografia, para a qual nomeou como
vogais os dois exploradores. Por outro lado, pretendendo o ministro da
Marinha e do Ultramar a criação de um caminho comercial que
ligasse Angola e Moçambique nomeou-os a 5 de Novembro do mesmo ano
para procederem aos necessários reconhecimentos e explorações.
Tendo partido para essa missão a 6 de Janeiro de 1884 haveriam de
regressar a 20 de Setembro de 1885 sendo recebidos triunfalmente.
A 17 de Maio de 1902,
Brito Capelo foi promovido a contra-almirante e a vice-almirante em 18
de Janeiro de 1906. Foi também ajudante de campo de D. Luís,
de D. Carlos e de D. Manuel II.
A 28 de Agosto de 1890, a Câmara Municipal de Câmara
de Lobos delibera dar o seu nome à rua do Estanco, um arruamento existente no
centro da cidade de Câmara de Lobos, que se estende entre o largo
Dr. Eduardo Antonino Pestana e a rua Almeida Garrett.
Ainda que esta deliberação
seja lacónica relativamente às motivações que
estiveram por detrás da alteração toponímica,
não há dúvida de que o ultimato feito a 11 de Janeiro
de 1890 pela Inglaterra a Portugal, está na sua origem. Com efeito,
através desta iniciativa a Câmara Municipal de Câmara
de Lobos, depois de, no dia 6 de Fevereiro de 1890, já o ter feito
relativamente a Serpa Pinto, voltava a prestar uma homenagem a mais um
dos heróis das expedições portuguesas em África.
Brito Capelo, de seu nome completo Hermenegildo Carlos de Brito Capelo
era um oficial da marinha portuguesa que se havia tornado célebre
pela sua expedição ao interior de África, integrado
num grupo expedicionário de que faziam também parte Serpa
Pinto e Roberto Ivens.
Bibliografia:
Brito Capelo. Grande
Enciclopédia Portuguesa Brasileira, Vol. 5:803-804.
Capelo,Hermenegildo
Carlos de Brito. Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura, Vol.4:896-897.
O ultimato Inglês.
História da República, Editorial o Século: 37-47.
SERRÃO, Joel. Ultimatum.
Dicionário de História de Portugal, Liv. Figueirinhas - Porto.
PERES, Damião.
Domínio Português em África. História
de Portugal, Portucalense Editora Lda., 1935, Vol.III, 585-592.
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Manuel Pedro Freitas
Câmara de Lobos, sua gente, história e cultura |
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