Casa
do Povo do Estreito de Câmara de Lobos
Criada
por alvará de 26 de Fevereiro de 1970, a Casa do Povo do Estreito
de Câmara de Lobos foi, depois das da Camacha, Santo António,
Porto Santo e Boaventura, a quinta
que se criou na Ilha da Madeira e a primeira a surgir no concelho de
Câmara de Lobos.
A
sua inauguração solene teve lugar no dia 28 de Maio de 1970 e
contou com a presença, entre outras individualidades, do Governador
Civil do Distrito, Coronel António Braamcamp Sobral, do Bispo da
Diocese do Funchal, D. João Saraiva, do Delegado do Instituto
Nacional do Trabalho e Previdência, Dr. Rui Albuquerque, do
Presidente da Caixa de Previdência, Dr. António Ascensão Gomes,
do Presidente da Junta Geral, Coronel Fernando Homem da Costa e do
Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, António Prócoro
de Macedo.
Três anos depois,
no dia 14 de Setembro de 1973, no decurso do acto solene de entrega
dos alvarás, estatutos e da posse dos corpos gerentes das Casas do
Povo do Curral das Freiras e de Câmara de Lobos, seriam também
entregues um alvará de alteração dos estatutos da Casa do Povo do
Estreito de Câmara de Lobos na sequência do alargamento das suas
actividades à freguesia da Quinta Grande e aos sítios do Facho e
Cruz da Caldeira, da freguesia de Câmara de Lobos.
O
principal impulsionador para a sua criação foi
João Gomes, que
viria a ser também o seu primeiro presidente. A sua preocupação
pela crise que a agricultura estava a atravessar, motivada pela fuga
dos trabalhadores para o estrangeiro ou para outras profissões,
nomeadamente para a construção civil, onde dispunham,
contrariamente ao trabalho agrícola, de regalias em termos de
assistência médica e medicamentosa e ainda acesso a abono de família
e reforma, constituíram as motivações, para que abraçasse a
iniciativa da criação da Casa do Povo, instituição vocacionada para
dar aos agricultores este tipo de regalias sociais.
Contudo,
nesta tarefa, não poderemos deixar de salientar o papel do Dr. António
Vitorino de Castro Jorge, que perante, as preocupações de João
Gomes, a propósito do abandono a que a agricultura estava sendo
votada, o informa da importância das Casas do Povo, na solução
do problema e o incentiva a dar os passos necessários com vista à
sua criação.
Após dois meses de árduos trabalhos, a Casa do Povo do Estreito
estava finalmente criada. Durante este período, muitas dificuldades
João Gomes teve de vencer. Para além dos contactos necessários com
vista à sua criação, o aluguer das instalações que lhe servissem de
sede, revestiram-se de algumas dificuldades, uma vez que não foi sem
alguma reserva que um sector da população,
desconhecedora dos seus benefícios, a aceitou e, por isso, ninguém
queria disponibilizar o espaço necessário. Além disso, e, talvez com
maior peso na recusa desse aluguer, estava ainda o risco do seu
proprietário nunca mais poder dispor de tais instalações, dado o
arrendatário ser o Estado.
No
entanto, depois de intensa procura e algumas recusas, João Gomes,
consegue que Francisco Garcia lhe arrende uma casa devoluta situada
ao sítio da Ribeira da Caixa, e aí seria, então, instalada a Casa
do Povo do Estreito.
Posteriormente,
a Casa do Povo muda-se para o sítio da Ribeira Fernanda, ficando
instalada naquela que foi a residência do Dr. João Vicente da
Silva e, com a sua morte, propriedade do 1º Barão de Ornelas.
Contudo,
depois do 25 de Abril de 1974, importantes alterações são
introduzidas a nível do sistema de saúde e são criadas as Direcções
Regionais de Segurança Social, factores que vieram retirar a
algumas Casas do Povo a razão da sua existência, principalmente
naquelas onde as actividades recreativo-culturais, não existiam ou
eram deficientes e, desta forma, a Casa do Povo do Estreito, já
numa fase em que, por motivos de saúde do seu principal
impulsionador se tinha retirado da sua chefia, haveria de se
extinguir.

Em
1990, depois de passados cerca de 15 anos de inactividade da Casa do
Povo, Manuel Pedro Silva Freitas, empossado nesse ano como
presidente da Junta de Freguesia do Estreito, consciente das carências
da freguesia no plano recreativo, cultural e formativo e da importância
que esta estrutura poderia, nesse aspecto, vir a desempenhar, inicia
o processo que haveria de conduzir à sua reactivação.
Efectivamente, após um pedido de intervenção a esse propósito
efectuado junto de Sua Exa. o Sr. Presidente do Governo Regional,
Dr. Alberto João Jardim, por parte da Junta de Freguesia, a Casa do
Povo é reactivada por despacho da Secretaria Regional da Economia,
de Setembro de 1990 e, a 14 de Dezembro de desse mesmo ano são
empossados os seus corpos gerentes, presididos por João Gualberto
Ferreira.
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João Gomes |
João Gualberto Ferreira |
Dada
a inexistência de instalações, a Casa do Povo esteve a funcionar
provisoriamente no edifício da Junta de Freguesia, passando a 14 de
Maio de 1996, para as suas instalações definitivas, nesse dia
inauguradas, por Sua Exa. o presidente do Governo Regional da
Madeira, na rua Capitão Armando Pinto Correia.
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