CORREIA,
Ernesto Alves Pinto
Apesar
de não ter nascido, nem escolhido o Estreito para sua residência
habitual, a importância patrimonial dos inúmeros instantâneos
fotográficos colhidos com a sua objectiva, nas suas frequentes
vindas a esta freguesia, onde possuía propriedades agrícolas,
colocam-no a par daqueles nossos conterrâneos que consideramos
ilustres.
Efectivamente,
hoje sem o recurso ao espólio fotográfico deixado por Ernesto
Pinto Corrêa e, religiosamente, conservado por suas filhas,
seria impossível recuar no tempo e poder viver algumas das
transformações panorâmicas ocorridas, a partir dos anos 20,
na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.
Ernesto
Alves Pinto Corrêa, nasceu no Funchal, na freguesia de S.
Pedro, no dia 7 de Janeiro de 1895. Era filho de Guilherme Pinto
Correia e de Inácia Augusta de Seixas Alves Correia. Após o
curso do liceu, que frequentou numa escola particular, foi
viver para casa dos avós maternos, em Lisboa, onde continuou os
estudos e começou a trabalhar.
Em
1916, regressa à Madeira, tendo 10 anos mais tarde casado com
Maria da Graça Figueira de Barros, de quem teve duas
filhas: Maria Fernanda Barros Pinto Correia e Maria Luisa
Barros Pinto Correia.
Para
além da fotografia, actividade lúdica de que resultou o mais
importante património fotográfico da freguesia do Estreito
de Câmara de Lobos, foi um grande admirador da música, do
teatro e da poesia. Pertenceu ao Grupo Musical de Passos
Freitas, onde tocou bandolins e bandoleta e fez parte do coro do
Orfeão Madeirense, no naipe de barítonos. A sua destreza na
arte de declamar e de representar, fazia dele o autor
principal dos saraus familiares e mereceu-lhe uma participação
num dos filmes realizados na Madeira, “A Calúnia”.
Foi
funcionário da Câmara Municipal do Funchal, onde exerceu o
cargo de chefe de secretaria do matadouro municipal.
Era
um homem possuidor de um espírito alegre, com grande sentido de
humor, afável no contacto com as pessoas e sempre pronto a
prestar ajuda a quem a ele recorria.
Faleceu
no Funchal, a 17 de Julho de 1973.