Igreja Paroquial de
Nossa Senhora do Bom Sucesso

É a sede da paróquia de Nossa
Senhora do Bom Sucesso ou do Garachico e encontra-se implantada no
lugar do Garachico, numa zona de partilha entre as freguesias do
Estreito e de Câmara de Lobos.
Criada por Decreto Episcopal de 24
de Novembro de 1960, a paróquia do Garachico, como é popularmente mais
conhecida, viria a ser instalada no dia 1 de Janeiro de 1961, tendo
como pároco responsável, o padre António de Sousa Costa
[1],
nomeado para o efeito, no dia anterior.
A sua sede ficou instalada
provisoriamente na capela do Bom Sucesso, ermida mandada construir,
nos princípios do século XVII, por Manuel João Ferreira e destinada a
nela celebrar missa seu filho, o padre Francisco Luís Ferreira.
Perante a necessidade de um templo
mais amplo e adaptado às necessidades de uma sede paroquial, foi esta
capela destruída para dar lugar à construção de uma nova igreja,
segundo um projecto concebido pelo Eng. António Gonçalves da Costa,
técnico das obras da Junta Geral, tendo José de Gouveia,
pintor-decorador sido o autor da pintura dos vitrais da Anunciação,
Visitação, Nascimento, Purificação e Assunção nela existentes.
As obras de erecção deste novo
templo iniciaram-se a 29 de Junho de 1963
[2]
ou a 22 de Setembro de 1963
[3].
Entretanto, as actividades
paroquiais iam-se desenvolvendo num salão paroquial cuja construção
tinha sido iniciada antes da criação da paróquia, pelo padre José
Porfírio Rodrigues Figueira, pároco da paróquia de Nossa Senhora da
Graça e ali capelão.
Para além do terreno ocupado pela
antiga capela, substancial parte dos terrenos necessários à construção
da igreja e casa paroquial
[4] seriam doados por D. Eugénia Freitas Bettencourt e
por Augusta Amélia Gonçalves, viúva de Manuel Gonçalves de Freitas.
Três anos depois do início das
obras, a 6 de Novembro de 1966, o templo seria solenemente consagrado
e dedicado a Nossa Senhora do Bom Sucesso
[5].
Posteriormente, seria construída a
sua torre e, em 9 de Agosto de 1992, já depois da morte do padre
António Sousa da Costa, procedia-se à inauguração do relógio oferecido
por Manuel Ferreira, emigrado no Brasil, e dos sinos oferecidos por
António Ramiro Ferreira emigrado na Venezuela.
Com uma população de 1.200 a 1.300
habitantes, na sua maioria de fracos recursos, não foi sem alguma
dificuldade que o padre Sousa iniciou as suas funções à frente da nova
paróquia e a árdua tarefa de construir a nova sede e respectiva casa
paroquial, enfrentando as mais sérias dificuldades financeiras. Não
podendo encontrar junto dos seus paroquianos, na sua maioria de fracos
recursos, a totalidade dos quantitativos financeiros necessários para
iniciar as obras, viu-se obrigado não só a recorrer a adiantamentos
utilizando bens pessoais, como a procurar junto da comunidade de
emigrantes o apoio necessário. Desta forma e com esse objectivo
deslocou-se em Fevereiro de 1960 à Venezuela, em 1961 à África do Sul,
em 1969 novamente à Venezuela e em 1981 aos Estados Unidos da América,
onde angariou alguns dos fundos necessários.
Os materiais necessários à obra de
construção da igreja foram todos generosamente transportados às costas
desde a estrada regional até ao local das obras por gente válida da
localidade, que o faziam quer aos fins de semana, quer pela noite
dentro depois do seu trabalho.
Ainda que a generalidade da
população tivesse colaborado com bens materiais, o Diário de Notícias
de 4 de Agosto de 1965 destaca apoios como: oferta do telhado, que na
altura importou em 27.500$00, pela família de Luís Figueira da Silva e
João Figueira Ferraz; oferta da imagens de Nossa Senhora das Dores
por João Gonçalves Freitas e família e a oferta da imagem do Senhor
dos Passos, por Francisco Figueira Ferraz.
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