Rua
Cónego Agostinho Figueira Faria
Inaugurado a 29 de Agosto
de 1920, este arruamento que vinha sendo reclamado havia mais de 4 anos,
constituiu na altura um dos mais importantes melhoramentos, uma vez que
colocava a freguesia do Estreito e em particular o seu centro, em comunicação
directa com a estrada regional, na altura denominada de estrada regional
23, construída poucos anos antes, permitindo desta forma o acesso
aos transportes motorizados.
Situa-se no Estreito de
Câmara de Lobos, estendendo-se desde o lugar do Damasqueiro, onde
comunica com a estrada João Gonçalves Zarco e com a rua Fundação
D. Jacinta de Ornelas até ao Largo do Patim e constitui a principal
entrada não só para o centro do Estreito, como para a nova
freguesia do Jardim da Serra.
Inaugurado a 29 de Agosto
de 1920, este arruamento que vinha sendo reclamado havia mais de 4 anos,
constituiu na altura um dos mais importantes melhoramentos, uma vez que
colocava a freguesia do Estreito e em particular o seu centro, em comunicação
directa com a estrada regional, na altura denominada de estrada regional
23, construída poucos anos antes, permitindo desta forma o acesso
aos transportes motorizados.
Por deliberação
camarária de 18 de Maio de 1995 esta rua passa, a partir desta altura,
a ostentar o nome do Cónego Agostinho Figueira Faria.
Como curiosidade refira-se
no entanto que antes, em 1975, na sessão camarária de 26
de Fevereiro é presente um abaixo-assinado da iniciativa do Dr.
António Augusto de Gouveia solicitando à Câmara que
este arruamento fosse designado por rua do Passal, pretensão cuja
decisão foi remetida para depois de um estudo toponímico
a efectuar, que naturalmente nunca viria a ser feito.
A luta pela abertura
da rua
Por volta de 1915, a nova
estrada regional 23, posteriormente denominada de 101 chega à freguesia
do Estreito de Câmara de Lobos e por isso impunha-se fazê-la
comunicar com o centro social, económico e religioso da freguesia,
ou seja impunha-se ligá-la ao largo do Patim. Nesse sentido alguns
dos mais influentes dos seus habitantes iniciam os necessários contactos
com as entidades político-administrativas, nomeadamente com a Junta
Geral do Distrito e Governador Civil.
De entre esses habitantes
e, ainda que sem pretender individualizar nomes, até porque não
os sabemos ao certo, não podemos deixar passar sem qualquer referência
o de Francisco Figueira Ferraz, importante proprietário e comerciante
da freguesia. Com efeito, Francisco Figueira Ferraz foi um dos que em 1913,
nas páginas dos jornais, mais defendeu a alteração
do trajecto da estrada regional 23 por forma a que ela, contrariamente
àquilo que inicialmente estava previsto, passasse mais próximo
do centro da freguesia, como viria a acontecer. Sendo assim é natural
admitir que também tenha integrado o lote de pessoas que pugnaram
pela abertura deste arruamento, até porque tinha interesses económicos
que o justificavam. Aliás, no dia da sua inauguração,
encontrando-se fora da Madeira, não deixa de marcar presença
através de um telegrama de felicitações.
Francisco Figueira Ferraz,
que também por um curto período chegou a ser presidente da
Câmara Municipal de Câmara de Lobos e Joaquim José da
Silva Vieira, proprietário e comerciante local e que chegou a exercer
funções de presidente da Junta Geral do Distrito, constituem
na primeira metade deste século duas das referências mais
importantes da freguesia, em termos defesa do seu desenvolvimento.
As dificuldades na sua
abertura
A abertura deste ramal
levado a cabo pela então Junta Geral do Distrito e que por ironia
do destino hoje ostenta o nome de um clérigo, não terá
sido fácil uma vez que em confronto estavam dois traçados,
o que acabaria por ser aprovado, orçado em 2 contos, mas que passava
em terrenos da igreja e que terá gerado por isso alguns conflitos
e outro, mais dispendioso e orçado em 10 contos que iniciando-se
no Largo do Patim percorreria a vereda municipal, anexa ao actual cemitério,
indo encontrar a estrada regional no sítio do Pico do Rato.
Dessas dificuldades dá
conta o Diário de Notícias na sua edição de
22 de Dezembro de 1918 ao dizer que apesar do regozijo que lavrava na freguesia
em consequência da abertura deste ramal, ele por várias vezes
havia sido protelado por detestáveis conveniências políticas
e repugnantes interesses particulares. Adianta ainda que não
se tinha aberto este ramal porque, tendo de atravessar o passal do reverendo
vigário desta freguesia, Sua. Exa.. nunca concordou com este plano,
o mais económico e viável. Porém agora perante a opinião
da freguesia inteira e boa vontade de Sua. Exa. o Sr. Governador Civil
e da ilustre Junta Geral do Distrito, o Rev. Padre Reis resolveu condescender
na passagem do ramal pelo seu passal completamente convencido de que não
deve protelar por mais tempo contra a opinião e desejos de todos
os seus paroquianos.
Resolvido o diferendo
com a igreja foi a obra de construção desta rua colocada
a concurso a 1 de Julho de 1920.
Passados cerca de 80 anos,
os dois traçados em causa voltam hoje a ser tema de discussão:
o escolhido porque agora se impõe a necessidade de alargamento e,
por isso de novas negociações com a igreja e o preterido
porque urge adaptá-lo ao trânsito automóvel.
Os pontos relevantes
desta rua
Nesta rua foi construída
por volta de 1960/62 a residência paroquial, em substituição
de uma antiga existente em frente à igreja. Um fontenário,
construído nas proximidades do largo do Patim em substituição
de outro existente em frente à antiga casa paroquial e destruído
na década de 60 no decurso das obras de construção
do salão paroquial e ampliação do adro é outro
ponto de referência a destacar.
A farmácia Nini
inaugurada a 4 de Abril de 1987 é também outra referência
a ter em conta nesta rua.