Rua
Coronel Manuel de França Dória
Situa-se sensivelmente
na partilha entre as freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de
Câmara de Lobos, percorrendo no seu trajecto os sítios da
Quinta do Leme e de Pico e Salões. A sua inauguração
teve lugar a 12 de Abril de 1991 e a atribuição do nome do
coronel Manuel de França Dória seria aprovada em sessão
camarária de 20 de Abril de 1995.
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Acto
inaugural da rua Coronel Manuel de França Dória |
A rua coronel Manuel de
França Dória segue parte do trajecto de uma antiga vereda
que ligava o lugar do Salão à vereda ou caminho da Ribeira
da Caixa, estendendo-se entre a estrada João Gonçalves Zarco,
no sítio da Quinta do Leme, em Câmara de Lobos e o lugar denominado
de Pico do Rato, no sítio de Pico e Salões, freguesia do
Estreito de Câmara de Lobos, onde se continua com a vereda ou caminho
da Ribeira da Caixa.
No início da década
de 80, a Junta de Freguesia do Estreito, com apoio da população
local e da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, procedeu ao
alargamento da vereda a que hoje corresponde a rua coronel Manuel de França
Dória, por forma a permitir o trânsito automóvel, permanecendo
contudo em terra durante vários anos.
A construção
da rua
Em 1988, mais precisamente
na sessão camarária de 30 de Novembro, é deliberado
abrir concurso para a elaboração do projecto de beneficiação,
electrificação, esgotos e pavimento deste caminho, projecto
esse que a 29 de Dezembro de 1988 é deliberado adjudicar ao Eng.
Rui António Macedo Alves.
A sua construção
consta do plano de actividades camarárias para o ano económico
de 1989, com a designação de
projecto de beneficiação
e electrificação, esgotos e pavimentação do
troço do caminho municipal entre a Quinta do Leme e Pico e Salões,
designação essa que por deliberação de 14 de
Setembro de 1989, passou a denominar-se, ainda que só depois de
sancionada pela Assembleia Municipal, de obra de construção
do caminho municipal entre a Quinta do Leme e o Pico e Salões,
por forma a ter designação idêntica à constante
na Operação Integrada de Desenvolvimento, onde havia
sido incluída para construção.
Ainda na sessão
camarária de 14 de Setembro de 1989 é deliberado solicitar
à Assembleia Municipal a necessária autorização
para repartir os encargos financeiros com a sua construção,
por várias gerências.
Na sessão camarária
de 4 de Outubro de 1989 é aprovado o programa de concurso e caderno
de encargos e deliberado abrir concurso para adjudicação
da sua construção, sendo de 77.250.000$00, a respectiva base
de licitação.
A 30 de Novembro de 1989,
a obra é adjudicada à empresa Santos & Ornelas Lda.,
pelo valor de 66.616.371$00, tendo a sua inauguração lugar
no dia 12 de Abril de 1991.
A atribuição
da denominação
Na sessão de 20
de Abril de 1995, a Câmara delibera atribuir o nome do coronel Manuel
de França Dória a este arruamento, sem que haja no entanto
qualquer referência, em acta, aos motivos que teriam estado por detrás
desta decisão.
Não sendo natural
do concelho de Câmara de Lobos, a sua ligação a Câmara
de Lobos prende-se, unicamente, com o facto de ter sido um importante proprietário,
neste concelho. Com efeito, foi sua a quinta do Salão, também
denominada de quinta do coronel, numa alusão ao seu proprietário,
ou quinta de Pico e Salões, existente no sítio de Pico e
Salões, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos e terá
sido esta particularidade, ao que se supõe, associada à proximidade
entre os seus terrenos e o arruamento, que terá pesado na decisão
camarária. Naturalmente que não serão de excluir outros
factores, nomeadamente a sua actividade e prestígio como militar.
A quinta do Salão
ou de Pico e Salões
De acordo com informações
fornecidas por Isabel Dória Borges, neta do coronel Manuel de França
Dória, a hoje denominada quinta do Salão ou de Pico e Salões
terá chegado à posse da família França Dória,
através de um percurso que começa em 1835.
Com efeito a 11 de Julho
de 1835, por morte de Juliana Leonor da Cunha, passa para a posse de Jaime
de França Neto, na altura residente na freguesia dos Canhas, por
cabeça da herdeira, sua consorte D. Carolina Engrácia da
Cunha Telo, com quem havia casado no Funchal a 13 de Maio de 1824.
Deste casamento houve
três filhos: Júlia de França Neto (1825-1903) e que
foi quem viria posteriormente a herdar a quinta do Salão; João
de Atouguia de França Neto, nascido na Madeira a 15 de Junho de
1829 e Carolina de França Neto, nascida em 1835.
Por morte de Júlia
Neto, a Quinta seria legada a sua sobrinha Eugénia de França
Neto Dória, filha de João de Atouguia de França Neto
e mulher do coronel Manuel de França Dória.
Por morte de Eugénia
de (Berenguer de Atouguia) França Neto Dória, falecida posteriormente
a seu marido, passa a propriedade da quinta para a posse de seu filho,
Manuel de França Dória, médico, casado com Maria Mafalda
Matos Drumond de Noronha da Câmara Dória, ele posteriormente
falecido em 1979 e ela falecida a 4 de Abril de 1997.
O anexo da escola Gil
Eanes
Por volta de 1975, a casa
da quinta do Salão seria alugada para instalação de
um anexo da, então denominada, Escola Preparatória de Gil
Eanes, cuja sede na altura se encontrava instalada na quinta do Dr. Artur
Soares Henriques no sítio das Preces, freguesia de Câmara
de Lobos. Hoje esta casa continua ao serviço do ensino, sob a denominação
de anexo da Escola Preparatória e Secundária do Estreito
de Câmara de Lobos, que foi a sucessora da antiga Escola Preparatória
de Gil Eanes, transferida em finais de 1978, para a freguesia do Estreito
de Câmara de Lobos.
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