Rua
Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira
É um dos três
troços em que, em termos toponímicos, se encontra dividida
a estrada que liga a cidade de Câmara de Lobos ao centro da vila
do Estreito de Câmara de Lobos, passando pelo cemitério de
Câmara de Lobos, Lourencinha, Panasqueira, Covão, Vargem e
Marinheira.
Iniciando-se, na estrada
João Gonçalves Zarco, junto ao Jardim de São Francisco,
em Câmara de Lobos, a rua Padre Manuel Juvenal Pita
Ferreira, estende-se até à Panasqueira, sensivelmente
até ao limite entre as freguesias de Câmara de Lobos e a do
Estreito de Câmara de Lobos.
Iniciada a sua construção
em 1958, e concluída em finais dos anos 70, a estrada municipal
que hoje faz a ligação entre os centros da cidade de Câmara
de Lobos e da vila do Estreito de Câmara de Lobos, passando pelo
Covão, constitui uma importante alternativa à estrada João
Gonçalves Zarco, na comunicação entre estas
duas freguesias do concelho de Câmara de Lobos. Em termos toponímicos,
encontra-se dividida em três troços. O primeiro, iniciando-se,
na estrada João Gonçalves Zarco, junto ao Jardim de São
Francisco, na cidade de Câmara de Lobos, termina na Panasqueira,
limite entre as freguesias de Câmara de Lobos e Estreito de Câmara
de Lobos e ostenta a denominação do Padre Manuel Juvenal
Pita Ferreira. O segundo troço, denominado de rua António
Prócoro de Macedo Júnior, segue-se ao primeiro e termina
na chamada ponte do Gato, onde se continua com o terceiro, chamado de Rua
João Augusto de Ornelas, que, por sua vez, termina na Rua
da Igreja, no centro da vila do Estreito de Câmara de Lobos.
Iniciada em 1958, a construção
da hoje denominada Rua Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira, prolongar-se-ia
até cerca de 1968 e viria a englobar quatro fases: uma primeira
de terraplenagem e obras de arte, na extensão de 383 metros, entre
a hoje denominada estrada João Gonçalves Zarco e o cemitério
de Câmara de Lobos e adjudicada em 1958; uma segunda, também
de terraplenagem e de obras de arte, entre o cemitério e a Panasqueira,
numa extensão de 2588,5 metros e adjudicada em 1959 e uma terceira
e quarta fase destinadas à pavimentação betuminosa
das extensões correspondentes sensivelmente à primeira e
à segunda fase e adjudicadas respectivamente em 1962 e em 1967.
Os primeiros projectos
Ainda que se desconheça
a data exacta em que terá surgido a iniciativa da construção
desta ligação alternativa entre Câmara de Lobos e Estreito,
atravessando e permitindo o acesso automóvel a uma importante área
populacional e agrícola, abrangendo a Torre, Lourencinha, Panasqueira,
Covão, Vargem e Marinheira, encontramos, na sessão camarária
de 6 de Junho de 1945, duas importantes referências que, pese o facto
de não coincidirem com o projecto posteriormente adoptado, não
podem deixar de serem referidas.
Com efeito, na sua sessão
de 6 de Junho de 1945, de entre as obras de maior interesse a serem implementadas
no concelho, a Câmara inscreve a estrada de ligação
da Igreja do Estreito com o Covão, orçada em 600 contos e
servindo os sítios da Igreja, Marinheira, Fontes, Casa Caída,
Barreiros e Covão e a estrada da Torre ao Covão, orçada
em 800 contos e servindo os sítios da Torre, Ribeiro Real, Lourencinha,
Panasqueira e Covão.
A este propósito,
aproveitando o facto da Junta Geral ter informado da existência de
um engenheiro ao serviço das Câmaras, nesta mesma sessão,
a Câmara delibera solicitar a elaboração dos respectivos
projectos.
A primeira parte do
projecto
Se os projectos foram
ou não elaborados, neste momento desconhecemos. Contudo, em 1955,
mais precisamente na sessão camarária de 27 de Julho, ao
responder a uma circular emanada pela Direcção de Urbanização
do Funchal sobre as obras inscritas no orçamento municipal, já
com projectos e que considerasse urgente iniciar, a Câmara ao mesmo
tempo que diz não possuir nenhuma, aproveita a ocasião para
pedir a inclusão, em plano adicional, da construção
do caminho municipal desde a estrada nacional 101 no Espírito Santo
e Calçada à Lourencinha.
Era a primeira referência
que surgia relativamente à rua que posteriormente haveria de ostentar
o nome do Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira e cujo projecto é,
nesta mesma sessão, encomendado ao Engenheiro Fernando Ribeiro Pereira.
Posteriormente, em 1956, na sessão camarária de 14 de Março,
é deliberado encarregar o Engenheiro
Alberto David Soares Gonçalves
Reis de dar continuidade a este projecto, no seu trajecto entre a Lourencinha
e a igreja do Estreito, e que terá ficado concluído em Dezembro
de 1957.
Tendo em conta o plano
de comparticipações do Estado, a Câmara, na sua sessão
de 24 de Agosto de 1955, decide incluir esta obra no seu plano de actividades
para o ano seguinte. Contudo, não só não a realizou
em 1956, como o mesmo se viria a verificar em 1957, ano em que, através
de uma deliberação de 28 de Agosto, volta a incluí-la
no plano de actividades para 1958.
Na sessão camarária
de 12 de Fevereiro de 1958, é dado conta da sua comparticipação,
mas só numa extensão de cerca de 383 metros e que, muito
provavelmente, corresponderia à distância entre os perfis
zero e trinta, ou seja, entre o actual Jardim de São Francisco e
a zona do cemitério Municipal de Câmara de Lobos.
A segunda parte do projecto
Nesta mesma sessão
é também deliberado solicitar a comparticipação
financeira do Estado para a construção da estrada Municipal
entre os sítios da Panasqueira e a Igreja do Estreito e correspondente
ao segundo projecto, isto é, ao elaborado pelo Eng. Alberto David
Soares Gonçalves dos Reis.
Curiosamente, dois anos
mais tarde, a quando da apresentação do plano de actividades
da Câmara para 1961, efectuada em sessão de 24 de Agosto de
1960, a inclusão desta obra era tida como resultado do interesse
demonstrado pelo Ministro das Obras Públicas a quando da sua visita
à Madeira.
Abertura da estrada
(primeira fase)
Na sua sessão de
9 de Abril de 1958 a empreitada da primeira fase da obra, é colocada
em concurso e designado o dia 14 de Maio de 1958, para o efeito. No entanto,
não tendo surgido candidatos à adjudicação
desta empreitada de construção da estrada municipal de Câmara
de Lobos, lanço entre a estrada nacional 101 (sítio do Espírito
Santo) e a Lourencinha - primeira fase - terraplenagem, obras de arte e
acessórios entre os perfis 0-31, na extensão de 383 metros,
deliberou a Câmara abrir novo concurso com base de licitação
aumentada em 20% ou seja, de 124.724$40.
Na sessão de 11
de Junho de 1958 foi finalmente adjudicada a Luís Fernandes da Silva
pelo montante de 124.020$00.
A 11 de Julho de 1958
é deliberado proceder às respectivas expropriações
e a 28 de Agosto de 1958 é celebrada a escritura relativa à
empreitada de construção da estrada entre o empreiteiro e
o presidente da Câmara. No dia 26 de Novembro de 1958 é presente
em sessão de Câmara a primeira liquidação da
empreitada de construção.
No entanto, junto ao cemitério,
mais propriamente entre os perfis 18 e 28 o projecto inicial viria a sofrer
alterações no sentido do seu alargamento, como aliás
se dá conta nas sessões camarárias de 28 de Setembro
de 1960 e de 11 de Janeiro de 1961.
Em finais de 1961 estariam
já concluídas as obras desta primeira fase, motivo porque,
em 24 de Janeiro de 1962, é presente um ofício da Direcção
de Obras Públicas da Junta Geral remetendo dois exemplares da sua
liquidação final e, em 14 de Fevereiro, chama-se a atenção
do empreiteiro, para a necessidade de efectuar algumas rectificações
à obra com o objectivo de poder ser vistoriada.
Abertura da estrada
(segunda fase)
Ainda no decurso das obras
da primeira fase, fase essa que só se estenderia até pouco
mais do que ao cemitério de Câmara de Lobos, já se
davam passos no sentido da construção da segunda fase. Correspondia
esta à terraplenagem entre os perfis 31 e 205, numa extensão
de 2.588,5 metros e abrangendo os sítios da Palmeira, Lourencinha,
Panasqueira e parte sul do Covão. Na sessão camarária
de 23 de Setembro de 1959 é presente o respectivo projecto e depois
de um primeiro concurso realizado a 14 de Outubro de 1959, mas anulado
a 11 de Novembro, é a obra adjudicada a João Augusto de Sousa
na sessão camarária de 29 do mês seguinte, pelo valor
de 411.202$00.
Na sessão camarária
de 8 de Junho de 1960 é aprovado o mapa de expropriações
dos prédios indispensáveis à sua construção
e solicitado a publicação da respectiva declaração
de utilidade pública urgente, em virtude de alguns dos proprietários
em causa não estarem de acordo com os preços estabelecidos.
Uma abertura complicada
A este propósito,
é de salientar que a realização das obras incluídas
tanto na primeira, como na segunda fase, foram muito dificultadas pela
oposição dos proprietários dos terrenos alvos de expropriação,
havendo mesmo necessidade a recurso ao Tribunal em alguns casos. Disso
mesmo é dado conta nas sessões camarárias de 24 de
Maio de 1961 e de 23 de Agosto do mesmo ano e onde, nesta última
o presidente refere que era com satisfação que comunicava
que já se encontravam praticamente removidos todos os obstáculos
que se opunham à efectivação da obra. Referia ainda
que, como não podia deixar de ser, a satisfação dos
interesses individuais não se poderiam sobrepor aos interesses gerais
e, de pouco ou nada havia servido a teimosia obstinada de alguns munícipes
(felizmente poucos) que procuraram criar toda a espécie de dificuldades
(inclusivamente discutindo o traçado como se para tanto tivessem
competência) no intento de anular o trabalho daqueles que procuravam
realizar alguma coisa de proveitoso.
Este era naturalmente
um recado, principalmente dirigido, aos autores de um abaixo-assinado acusatório
de compadrio na opção pelo trajecto de um dos troços,
por forma a beneficiar uma família e presente na sessão camarária
de 11 de Novembro de 1959, acusações refutadas tanto pelo
autor do projecto, Eng. Fernando Ribeiro Pereira, como pelo então
director-geral da Direcção de Urbanização do
Funchal, conforme é dado conta na sessão camarária
de 7 de Janeiro de 1960.
A guerra dos transportes
A abertura desta importante
via de comunicação, viria a despertar uma forte guerra pelo
controlo da área populacional por ela servida entre as duas empresas
concelhias de transportes colectivos de passageiros, a Sociedade Automobilística
de Automóveis de Câmara de Lobos e a Sociedade de Automóveis
do Estreito de Câmara de Lobos Lda. e que começaria logo desde
o momento que foram terraplenados os primeiros metros da estrada.
Com efeito, a 9 de Dezembro
de 1959 é presente um pedido de parecer relativamente a um requerimento
formulado pela Sociedade Automobilística de Câmara de Lobos
para realização de uma carreira regular de automóveis
entre o Funchal e o cemitério de Câmara de Lobos.
Contudo, a Sociedade de
Automóveis do Estreito também não perdeu tempo e na
sessão camarária de 29 de Dezembro de 1959 é presente
um ofício dos Serviços Industriais e Eléctricos e
de Viação pedindo para a Câmara informar se via algum
inconveniente que impedisse a realização de uma carreira
regular de passageiros entre o Funchal e o Lombo de São João
da freguesia do Estreito e por ela requerida. Em resposta, a Câmara
referiu não poder pronunciar-se sobre o pedido alegando não
existir estrada e ainda não se encontrar devidamente elaborado o
projecto. A propósito da referência ao Lombo de São
João inserta no requerimento é de salientar que a obra a
que se refere a hoje denominada Rua Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira
surge quase sempre como um dos lanços do Caminho Municipal de
Câmara de Lobos entre a Estrada Nacional 101 (Espírito Santo
e Calçada) ao Lombo de São João, pelo Jardim da Serra,
denominação que não entendemos muito bem, a não
ser que fizesse parte de um plano mais ambicioso de ligação
de Câmara de Lobos com a ribeira Brava, passando pelo Jardim da Serra.
A 13 de Junho de 1962
já com a terraplenagem concluída, é presente em sessão
camarária, um pedido de parecer formulado pela Sociedade Automobilística
de Câmara de Lobos para a realização de uma carreira
regular de automóveis entre o Funchal e a Panasqueira.
Contudo, a Sociedade de
Automóveis do Estreito, não se deixa ficar para trás
na luta pela posse desta estrada em termos de transporte de passageiros
e, ainda que tardiamente, volta a lembrar à Câmara que não
havia esquecido a sua pretensão. Com efeito, a 22 de Abril de 1964
é presente um requerimento da Sociedade de Automóveis do
Estreito de Câmara de Lobos, Lda. pedindo que lhe seja certificado
com urgência, se está ou não concluída a nova
artéria municipal que liga a estrada nacional 101 ao sítio
da Panasqueira e, em qualquer caso, se foi adjudicada a obra de calcetamento
ou asfaltagem dessa nova estrada, ou se pelo menos, foi ou não anunciado
o concurso para a sua adjudicação.
A 13 de Maio de 1964 é
presente outro requerimento da Sociedade de Automóveis do Estreito
de Câmara de Lobos, Lda. pedindo para certificar se a parte da estrada
municipal de Câmara de Lobos ao Lombo de São João,
pelo Jardim da Serra, na parte que já se encontrava efectivamente
aberta abrangia ou não o sítio da Panasqueira e se este sítio
pertencia em parte à freguesia do Estreito de Câmara de Lobos
e, em parte à freguesia de Câmara de Lobos ou apenas a uma
destas freguesias. Nada mais óbvio! Se este sítio pertencesse
à freguesia do Estreito, a Sociedade de Automóveis do Estreito,
teria naturalmente pretexto para pedir uma carreira de automóveis
entre o Funchal e esta localidade.
Ao que se supõe
só em meados de 1968, altura em que muito provavelmente se terão
concluído as obras de pavimentação é que, pela
primeira vez a rua Padre Pita Ferreira, em toda a sua extensão passa
a dispor de uma carreira de automóveis de transporte colectivo de
passageiros. Nesta altura a fusão das duas empresas de automóveis,
sob a denominação de Rodoeste, já se havia concretizado
e as guerras entre elas, entretanto, terminado.
A pavimentação
da rua
Ao que se supõe,
as obras de pavimentação da estrada, com cobertura betuminosa
ter-se-ão iniciado por volta de 1967 e concluído no ano seguinte.
Contudo, em 1964, uma
parte da estrada teria sido alvo de calcetamento, nomeadamente aquela que
dava acesso à zona do cemitério.
Aliás, na sua edição
de 6 de Fevereiro de 1965, o Diário da Madeira referindo-se a esta
estrada destaca o facto do acesso aos sítios da Palmeira, Lourencinha,
Ribeiro Real e Panasqueira se encontrarem intransitáveis a partir
do cemitério, pelo facto de se ter pavimentado metade da estrada
e se ter deixado por pavimentar outra metade.
Aspectos importantes
Nesta rua localizam-se
algumas importantes infra-estruturas da freguesia de Câmara de Lobos,
como são: o Jardim de São Francisco; o Bloco Habitacional
do Espírito Santo; o cemitério Municipal de Câmara
de Lobos; o Complexo Habitacional da Torre; o
Bairro da Palmeira e a
Estação
Elevatória de Câmara de Lobos. Nas suas proximidades encontra-se
ainda implantado o Bairro do Espírito Santo e dentro em breve, prevê-se
que seja construído um edifício destinado à esquadra
de polícia de Câmara de Lobos.
Os cemitérios
do concelho
Até 1835, data
da fundação do concelho de Câmara de Lobos, nenhuma
das suas freguesias possuía cemitério, sendo os mortos, por
consequência, enterrados no interior das igrejas ou no respectivo
adro, ou ainda em jazigos no interior de alguma das capelas particulares
então existentes e, naturalmente reservados aos seus proprietários
ou familiares mais próximos.
Depois da criação
do concelho, uma das primeiras tarefas dos seus responsáveis seria
a de dar cumprimento ao Decreto-lei de 21 de Setembro de 1835 que impunha
a obrigatoriedade da construção de um cemitério em
cada uma das freguesias.
Esta não era contudo
uma tarefa fácil, uma vez que para além dos fracos recursos
financeiros das autarquias de então, a escolha dos respectivos locais
nem sempre era pacífica. Para além de ter de obedecer a determinados
requisitos, a escolha dos locais de implantação, se não
encontrava oposição dos proprietários a expropriar,
a verdade é que também ninguém queria tais infra-estruturas
por perto das suas propriedades ou locais de residência.
Isto aliás explica,
de certa forma o atraso, relativamente à legislação,
com que foram construídos os cemitérios em cada uma das freguesias
do concelho.
Ainda que, se possa utilizar
os anos de 1855 e 1856, para referenciar a construção dos
cemitérios do Curral das Freiras e do Campanário, na altura
pertencente ao concelho de Câmara de Lobos e ,o ano de 1871, para
a construção do cemitério do Estreito de Câmara
de Lobos, já relativamente à sede do concelho se levantam
alguns problemas.
O cemitério de
Câmara de Lobos
Com efeito, ainda que
em 13 de Agosto 1836, a Câmara tivesse enviado ao Governador Civil
uma relação das localizações onde em cada freguesia
deveria ser construído o respectivo cemitério, relativamente
ao de Câmara de Lobos, é proposto, mas não aceite,
um local situado no lugar do Pastel, hoje englobado no sítio do
Espírito Santo.
Em consequência
disso, a opção ao que se julga saber terá ido no sentido
de o instalar no sítio de Belém, tendo sido mesmo em 1838
e 1839, autorizadas despesas do orçamento para aquisição
dos respectivos terrenos.
Mais tarde, em 3 de Janeiro
de 1840, Francisco Nunes Pereira de Barros, então administrador
do Concelho, ao dar posse a um novo elenco camarário chama a atenção
para a necessidade da edificação dos cemitérios nas
freguesias do concelho e, relativamente ao de Câmara de Lobos, refere
que achando-se empreendido o desta vila, mas há tempos sem andamento,
dizendo-se achar-se o oficial de pedreiro ajustado e pago há muito
tempo, para fazer parte daquela obra, sem disso ter tratado.
Depois disto nada sabemos
até 1856, altura em que já o encontramos implantado no sítio
do Pastel, mais propriamente no lugar conhecido por Encruzilhadas e onde,
a 6 de Novembro desse ano é dada autorização para
o pagamento do seu calcetamento e das despesas com a sua porta; a 11 de
Novembro é aprovado o respectivo regulamento de funcionamento; a
23 de Abril de 1857 é feita a arrematação de pedra
necessária à construção provavelmente do muro
do cemitério e a 3 de Junho do mesmo ano, feita a arrematação
do seu feitio.
Terá este cemitério
só sido construído em 1855/1856 ou terá sido antes?
É uma questão que se tem obrigatoriamente de colocar, mas
para a qual a falta de livros de actas entre 1835 e 1855, nos impede, neste
momento de responder!
Depois de 1856 o cemitério
seria, ao que se supõe, ampliado e no seu interior seria construída
uma capela em honra de Nossa Senhora das Dores, cuja sagração
teria lugar a 18 de Fevereiro de 1877.
Os bairros habitacionais
No triângulo situado
no seu início, ao nível da sua ligação com
a estrada de João Gonçalves Zarco, possui este arruamento,
desde 27 de Outubro de 1997, uma escultura em pedra de cantaria, esculpida,
por Moisés Paulo, por ocasião da realização
da semana da pedra que teve lugar em Câmara de Lobos, entre 10 e
17 de Outubro de 1997.
À entrada da rua
Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira encontra-se também um jardim
dedicado a São Francisco, cuja placa toponímica aí
foi colocada no dia 1 de Julho de 1983. A partir do dia 1 de Novembro de
1984 ficou este espaço dotado de uma estátua em bronze, da
autoria do escultor Jaime Santos, simbolizando São Francisco de
Assis.
No lado oposto ao jardim,
situa-se o Bloco Residencial do Espírito Santo, inaugurado a 27
de Junho de 1983.
Nas proximidades da rua
Padre Pita Ferreira, com acesso directo para a rua Dr. Carlos Manuel Henriques
Pereira, encontramos o Bairro do Espírito Santo, depreciativamente
chamado de Argentina e cujas primeira e segunda fases da sua construção
foram inauguradas respectivamente a 25 de Outubro de 1982 e a 27 de Junho
de 1983, quase 40 anos depois de prometido.
Em frente ao cemitério,
ainda que, com acesso mais a norte encontramos o Complexo Habitacional
da Torre, construído pela Cooperativa de Habitação
de Câmara de Lobos - COOLOBOS e inaugurado a 19 de Maio de 1990.
Neste complexo habitacional seria inaugurado, a 7 de Junho de 1991, um
Centro de Actividades de Tempos Livres, integrado no programa de luta contra
a pobreza e destinado fundamentalmente à população
dos Bairros do Espírito Santo e da Palmeira. A poucas dezenas de
metros acima deste complexo habitacional cooperativo, encontramos o Bairro
da Palmeira, inaugurado a 25 de Julho de 1982 e, também conhecido
por Bairro da Torre ou ainda depreciativamente por Malvinas, o que, tal
como a denominação de Argentina atribuída ao bairro
do Espírito Santo, teve a ver com a proximidade, no tempo, entre
as duas inaugurações e a guerra que opôs a Inglaterra
e Argentina pela posse das Ilhas Malvinas.
Posteriormente, viriam
a ser ainda inaugurados, neste bairro: a 27 de Junho de 1983 mais 14 fogos;
a 20 de Setembro de 1984, um campo de jogos polivalente e um parque infantil;
a 8 de Maio de 1985, um Centro de Actividades de Tempos Livres; a 8 de
Junho de 1993 a sua ampliação em mais 19 fogos e a 7 de Outubro
de 1996 o Centro Social do Bairro da Palmeira e que funciona sob a responsabilidade
do Centro Social e Paroquial de Santa Cecília.
A homenagem ao Padre
Manuel Juvenal Pita Ferreira
Na sua reunião
de 11 de Novembro de 1964, a Câmara Municipal de Câmara de
Lobos delibera dar o nome do padre Manuel Juvenal Pita Ferreira, à
parte, na altura já terraplenada, da estrada de ligação
entre Câmara de Lobos e Estreito, passando pelo Covão e que
se estendia entre a estrada nacional 101 (junto ao Jardim de São
Francisco) e a Panasqueira, no limite entre as freguesias de Câmara
de Lobos e Estreito.
De acordo com a respectiva
deliberação, encontrando-se aberta ao trânsito a estrada
municipal que parte da estrada nacional 101 no sítio do Espírito
Santo e Calçada ao Lombo de São João, desta vila,
cujo traçado remonta há quatro anos e no propósito
de interpretar o sentir unânime de todos os seus munícipes,
como preito de homenagem à memória do dilecto camaralobense,
Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira, [...] deliberou [...] por aclamação
denominar aquela artéria por Rua do Padre Manuel Juvenal Pita Ferreira.
No entanto, dois anos
haveriam decorrer até que as respectivas
placas
toponímicas fossem colocadas, o que vem a acontecer só
a 26 de Agosto de 1966, num acto, de que fez parte não só
uma sessão solene pública nos paços do concelho, onde
também o Dr. Januário Figueira da Silva e o Dr. Eduardo Antonino
Pestana, foram homenageados, como ainda o descerramento das placas toponímicas.
Ainda que a deliberação
de 1964, aparentemente, dê a entender que o nome do padre Manuel
Juvenal Pita Ferreira tenha sido dado a toda a extensão da estrada
em causa, acreditamos, tal como aliás adianta a notícia do
Jornal da Madeira de 27 de Agosto de 1966, que tal só correspondesse
à parte na altura aberta, ou seja, entre o actual Jardim de São
Francisco e a Panasqueira. Para além disso, na ocasião, só
na sua extensão até pouco para além do cemitério
é que se encontrava pavimentada, facto, que terá de certo
modo condicionado a ligação do nome do Padre Pita Ferreira
unicamente a este seu curto trajecto.
Posteriormente, na sua
sessão de 18 de Maio de 1995, é então deliberado definir
com exactidão o fim da extensão da rua Padre Pita Ferreira,
fixando-o na Panasqueira, mais precisamente no limite entre as freguesias
de Câmara de Lobos e Estreito, local onde passa a ostentar o nome
de António Prócoro de Macedo Júnior, para na Ponte
do Gato, voltar a mudar a sua denominação para a de Rua João
Augusto de Ornelas.